a pia cheia de louça me convida a ficar afastada
não sou uma mulher que encontra sua essênciaentre esponjas e detergentes, anti-doméstica
não varro, não tiro pó dos móveis, a casa se deteriora
o tecido do sofá, roto, denuncia
os sonos ali dormidos sem tirar os sapatos
as manchas no assoalho comprovam o uísque derramado
e nas paredes, manchas de sangue de mosquitos
que ali pousaram e foram bem mirados
minha casa a passagem do tempo revela
as coisas sujam, insetos morrem, os pés trazem pra dentro
a imundície da rua, restos de comida e alguns poemas perversos
cada um deixa as pistas que pode
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